Depois
- Salivrando - Nay Coelho
- 12 de ago. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de out. de 2024

Há um tempo reinventado,
divisor de águas
de um sentir que ainda me emudece
e cresce
desconhecido.
Mesmo o Depois sendo algo novo
Existe uma sensação de deja vu
estranha,
fria
e sem lugar.
Sei que se trata apenas de uma sombra
de outros corpos em outros tempos,
mas que ainda insistem em me seguir,
mesmo eu tendo escolhido trocar de caminho várias vezes.
Além da estranheza
há agora uma nova saudade que me aperta,
lembranças inusitadas que me visitam
objetos sem valor que mudaram de forma,
porque agora guardam o seu toque.
Além da estranheza
há lugares que você não está, mas poderia.
O meu permitir indo de encontro ao seu tentar.
O meu sentir renascendo junto ao seu estar.
E te vejo
No Depois
onde quer que eu esteja
e sei que você também está,
Porque em minha mente
Você já fez morada
Colado.
Permanente.
Tal qual uma tatuagem
com todo um significado inusitado.
Mesmo o Depois sendo algo mutável
Ainda tenho comigo
Os velhos medos que me cercam
Das palavras que quero dizer
Das coisas que quero fazer
Dos afetos que quero me deixar sentir
E a vontade de ter certeza
que nada está mais como antes
que essa sintonia não é unilateral.
Com a sua chegada
nesse Depois
Quero acreditar
em cada palavra que você diz
Quero guardar
cada beijo que você me dá
cada sensação que tenho com seu toque
Transformar em música cada ritmo descompassado
que meu coração faz ao te ver.
E em meio a tantas incertezas
Uma delas parece o certo:
É esquecer o Antes
e me interessar mais onde você se encaixa agora
No Depois.
- Nay Coelho.




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